Este termo não é uma questão de geração. De idade, de educação ou até de berço. Efectivamente, ainda não são todas as mulheres que se comprometem com esta ideia. Por que se trata de uma questão de atitude, antes demais. Atitude perante a vida, perante os outros, perante os sonhos e objectivos.
Cresci a dizer a mim própria que não queria fazer só uma coisa na vida. E que não queria depender de nada nem ninguém para cumprir objectivos e desejos profissionais e pessoais. Quando chegamos ao palco da vida percebemos que nunca será totalmente assim. Em algum momento os nossos antecessores são nos fundamentais para aprender e construir. E é nessa altura que descobrimos que o projecto de menina em idade de brincar não estava tão longe da atitude de mulher com idade de criar: a atitude. E isso é algo muito pessoal, muito próprio. Muito único. Precisamos e contamos essencialmente connosco próprias! E isto é algo que não se é ensinado na escola, ou transmitido com a genética. É uma questão de atitude perante o mundo. É um negar o que o esse mundo espera de nós para realizar os sonhos no tempo que nós próprios decidimos. É compreender o nosso próprio timing sem aceitarmos o que a sociedade nos impõe no tempo que acha aceitável. É negar o caminho A, e seguir o B, o C e o D, carregado de arranhões e partidas. É escolher o mais difícil porque vai para onde desejamos ao invés do mais fácil que vai para onde a sociedade te diz que deves ir. É amar e investir sangue suor e lágrimas sem expectativas de que dê certo. É entregarmo-nos com toda a alma sem medo de errar ou cair, e sem depender de uma mão que te salve nessas alturas: porque no fim, apenas tu te podes salvar.
Já tive pessoas que passaram por mim e não aceitaram esta perceção de vida. Era demasiado radical, grandiosa ou pouco conveniente. Homens que me amaram mas não aceitaram as escolhas de uma mulher para a qual prevalece a independência pessoal antes de uma aliança no dedo ou uma casa no mesmo terreno que os seus futuros sogros. A vida óptima e expectante de alguém que dá o resto dos anos por apreendidos ao invés de sentir as ondas da conquista a cada segundo. São opções de vida que não se contestam, mas geralmente não fazem parte do nosso horizonte. E geram-se momentos de dor e crescimento quando se percebe que os amores se perdem por não se aceitarem as posições de cada um. Percebi que amei muito e sei amar. Percebi que me amaram tanto sem me saberem amar. E somos as nossas próprias rainhas de coroa e bastão em um mundo de sacrifícios e luta interior que ninguém vai ousar derrubar. E o Karma torna-nos fortes e desejadas. Amadas e odiadas. Invejadas e aplaudidas. Tudo ao mesmo tempo. E sem nunca deixar de amar, de querer, de sonhar e de investir. De crescer. Somos indomáveis pela sociedade e mudamos o mundo a cada passo, até então com um preço mais alto que o comum. Somos indomáveis pela forma como nos entregamos ao futuro e lidamos com o passado. Temos uma bagagem que nem todos compreendam, mas que certamente não passa despercebida a ninguém. Indomáveis no amor, na paixão, na profissão, no desejo e na família. Indomáveis.
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